Sunday, March 8, 2015

Uber

O Uber é sinônimo de baderna. Ele causa greves, manifestações e agressões. Na última semana, cruzei com uma paralização de taxistas protestando contra o Uber em Bruxelas. O congestionamento engoliu a minha habitual folga para chegar aos aeroportos e estações de trem. Não perdi o trem por alguns segundos.
  
Depois dessa, dá mais vontade de continuar usando o Uber. O serviço é de primeira. Na grande maioria das vezes, chega um carrão limpo e cheio de serviços como revistas, wi-fi, garrafa d’água e balas. O motorista, chamado Mohamed em um terço das vezes,  é muito mais gentil do que qualquer taxista de frota. O melhor de tudo é que sai bem mais barato.

E quem disse que aquele Mercedão é do Mohamed ? Não é mesmo. Ele o aluga por alguns dias e roda o máximo atendendo aos usuários do Uber e fazendo uns trocos.

Acredito que a contribuição mais nobre  do Uber seja quando há um real compartilhamento de veículos (a boa e velha carona) e não apenas a substituição dos motoristas de taxis. Isso sim faz um bem maior para nossas cidades.

O Uber é obviamente injusto com os táxis, que  submetem-se a fiscalizações e regulamentações, quando não pagam uma fortuna pelo ponto. Só resta-lhes uma vantagem, podem andar nos corredores de ônibus e bondes.

Tá com pena deles? Eu não.

Internet é isso mesmo. Desintermediação e ruptura são palavras de ordem. Não se solidarizem com os taxistas.  Melhor mesmo é ficar de olho nas nossas profissões e mercados. Amanhã, poderemos ser os taxistas de um outro Uber.  



Foto: Mais uma cena do centro de Antuérpia.

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